quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TV

Aqui em casa tem um eletrodoméstico que chama televisão. Às vezes ligamos ele pra ver as imagens coloridas que passam e as pessoas falando bobagens. Exclua a TV cultura que é um exemplo de programação. Mas dias atrás liguei durante um fim de semana e estava passando o programa Raul Gil. Gosto dele, tem um apelo popular bom de se ver, aquele espírito de Tio mais velho que tanto via nas pessoas quando era criança. Acho que não possuo esta verve de Tio-mais-velho, mas dane-se o tio mais velho também. Porém quando ia desligar o aparelho surge no palco do Raul Gil, e agora me permito mais um a parte; gostava mesmo do Bolinha que usava umas camisas de taxista e fazia propaganda de remédio, tinha as boletes, esse sim era um puta-dum-apresentador.
De volta ao palco do Raul Gil surge lá no meio um moleque de uns 18 anos com um saxofone pendurado no pescoço fazendo caretas e tocando versões de clássicos da MPB, enquanto executava, no sentido de aniquilar, as canções, fazia umas caretas lascivas para o delírio da platéia que soltava gritos de excitação. Foi surreal!
O moleque nem devia estar tocando, era o maior playback, mas vá lá!Coitado do Pixinguinha, e logo ele que foi tão competente e escreveu músicas lindas, foi assassinado ali no palco do Raulzão por um moleque boiola de 18 anos com um saxofone no pior estilo Kenny G, como pode?!
Saxofone já é um instrumento horroroso e se não for o Sonny Rollins ou alguém do mesmo patamar é chato pra caralho! Tive um vizinho que tocava violino sem camisa na janela do apartamento, pensava que tava apavorando e conquistando todas as pequenas do bairro, pobre diabo! Mas ruim mesmo é neguinho que pensa que tocar sax é sexy!
Ah lembrei... ...ia fazer uma analogia com o Marcelino Freire que pra mim é igual o moleque boiola do saxofone. O Marcelino é o sedutor dos novos escritorezinhos paulistanos, que freqüentam a Vila Madalena e bebericam naquela mercearia metida a boteco com preço de boate da Vila Olímpia, se for pra pagar caro na cerveja prefiro a Augusta que tem puta e mulher pelada sobre a mesa. O cidadão tem uma corriola de moleques que pagam um pau, ou que pegam no pau, aí é problema deles, do cara e a escrita dele é pífia, chata, pobre, ruim, eu-não-gosto, etc... ...mas tem gente que gosta! Então dane-se também.
Mas desde quando escrever é ficar em boteco xupitando cerveja rodeado de gente que adula sua meia dúzia de linhas?
Bom... ...vou parar por aqui!

Um comentário:

Unknown disse...

esse texto tem ótimas lembranças!!!
Vc escreve dum jeito que me agrada demais!!!
Saudadona, Rafa...
Beijão
Fer